PASSES PRIORITÁRIOS: EVITAR FILAS NOS LIFTS VIRA LUXO NAS ESTAÇÕES DE ESQUI

Uma tendência que permite aos esquiadores evitarem as filas dos teleféricos, inspirada nos parques de diversões, está ganhando força nas estações de esqui. Embora na Europa essa iniciativa mantenha preços mais moderados, nos Estados Unidos ela atinge patamares exorbitantes, levantando discussões sobre a acessibilidade do esporte.

Nos Estados Unidos, esquiar está se tornando rapidamente um luxo de duas categorias. Em Crystal Mountain, no estado de Washington, as filas dos teleféricos não são mais apenas uma questão de paciência, mas de poder aquisitivo. Por US$ 1.499 (aproximadamente € 1.285), os esquiadores podem adquirir o “Crystal Reserve Pass”, que lhes garante acesso prioritário aos teleféricos mais populares. Este passe adicional ao passe de temporada padrão pode elevar o custo total do privilégio para mais de US$ 3.000. Embora o resort justifique a medida como inspirada em filas de aeroportos ou pedágios, a iniciativa gerou considerável controvérsia e denúncias sobre a criação de uma “montanha de duas categorias”.

Esse fenômeno não é isolado. Outros resorts americanos, como Snowshoe Mountain e Sugarbush, oferecem passes prioritários que ultrapassam os US$ 1.500 ou até US$ 2.000. Em um caso extremo, Mammoth Mountain reserva o acesso VIP por US$ 10.000, apenas para convidados. Essas ofertas, antes impensáveis no mundo do esqui, remetem ao modelo “FastPass” da Disneyland, que, embora inicialmente gratuito, se tornou um produto de luxo. Os defensores desses programas argumentam que são uma resposta à crescente superlotação dos resorts desde a pandemia, enquanto os críticos veem neles uma mercantilização do tempo e um aumento da divisão social nas pistas.

Na Europa, e particularmente na França, a tendência de passes prioritários é mais moderada e acessível. Algumas estações de esqui oferecem esse tipo de serviço há vários anos. Por exemplo, Serre Chevalier disponibiliza acesso sem fila por € 9 por dia (ou € 54 por seis dias). Em Les Arcs, determinados passes já permitem que os esquiadores evitem as filas em cerca de quinze teleféricos. Nos Pirineus, as estações da rede N’Py oferecem uma vantagem semelhante aos portadores do cartão “No Souci”, que custa € 46 por ano. Comparadas às suas equivalentes americanas, essas opções europeias são significativamente mais acessíveis, mantendo o esqui prioritário dentro de uma faixa de preço mais razoável. (fonte: altitude)

17 de novembro de 2025, por Equipe ExpoSKI