As três grandes chaminés e a paisagem industrial que circunda o estádio acrobático de esqui e snowboard dos Jogos Olímpicos de Pequim chamam atenção de todo o mundo.

Os rumores e hipóteses nas redes sociais se multiplicaram: é uma usina nuclear antiga? São fornos de fundição? A verdade é que a paisagem industrial no cenário da rampa de 60 metros, em Shougangm está longe da paisagem nevada que o espectador espera ver em uma competição olímpica de inverno.

Na verdade, a arena que sediou os eventos de freestyle masculino e feminino do Big Air fica no terreno de uma siderúrgica desativada, outrora o orgulho nacional da China e um dos principais contribuintes para o lendário smog de Pequim, uma poluição do ar que ocorre quando o nevoeiro é combinado com fumaça e outras partículas poluentes flutuando na atmosfera.

Construído para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, o “Shougang Big Air” está localizado no Capital Steel Campus, no oeste de Pequim, que já foi a maior propriedade siderúrgica da China.

Mas tudo mudou quando o governo chinês começou a desenvolver o projeto olímpico de Pequim 2008. Para conseguir os jogos de verão, era essencial que a capital tivesse um céu azul e a primeira coisa que se fez foi transferir dezenas de fábricas de Pequim para a vizinha província de Hebei, levando consigo 18 mil toneladas de poluentes atmosféricos por ano, cerca de 20% das partículas perigosas que deram à cidade uma das piores qualidades de ar do mundo – segundo dados da prestigiosa revista Bloomberg.

A história da paisagem industrial e da China “poluída” em torno do Big Air de Shougang dos Jogos Olímpicos de Inverno.